TIMOMA
O que é ?
O timoma é um tipo de tumor maligno localizado no mediastino. O mediastino é a região do tórax que fica entre os pulmões.
O timo é uma glândula que varia em tamanho e que pode se estender para o lado direito e esquerdo do tórax, além do pescoço.
Ao tumor que se origina desta glândula chamamos timoma.
Como se desenvolve?
Este tumor ocorre, em igual freqüência, em homens e mulheres entre 40 e 60 anos de idade. Ele surge entre o esterno (osso do peito) e o coração. Para o cirurgião, é o tumor mais freqüente deste local. Com o seu crescimento e desenvolvimento, poderão surgir os sinais e sintomas desta doença.
À medida que esta neoplasia (tumor) vai crescendo, ela poderá ou não invadir outras estruturas do tórax. Dentre as estruturas que poderão ser acometidas, estão: a pleura, os pulmões, o pericárdio (membrana que envolve o coração) e os grandes vasos do tórax. Quando a pleura (membrana que recobre a superfície de ambos pulmões) é invadida, pode surgir o derrame pleural, que é o acúmulo de líquido entre os pulmões e a parede do tórax.
Esta neoplasia, além de crescer no mediastino, poderá se disseminar pelo corpo como metástases. Neste tipo de tumor, isto não é freqüente.
De qualquer forma, as metástases são implantes tumorais que ocorrem a distância da origem do tumor e que surgem em locais distantes pela presença de células tumorais, que se espalham pela corrente sangüínea ou linfática através dos vasos sangüíneos ou linfáticos (canais que comunicam os gânglios entre si), respectivamente.
O que se sente?
A ausência de sintomas, quando há uma lesão no mediastino, sugere uma doença benigna. Já a presença de sintomas sugere malignidade (doença maligna). Contudo, dois terços dos pacientes com timoma não sentem nenhuma alteração no momento do diagnóstico.
Os sintomas mais comuns são cardio-respiratórios – em particular, dor torácica ou tosse. Outras manifestações podem ocorrer, tais como dificuldade para respirar, perda de peso ou perda do apetite.
Cerca de um terço das pessoas com timoma poderá apresentar uma síndrome paraneoplásica – fenômeno que pode acompanhar um tumor – chamada miastenia gravis. Estas pessoas apresentam fraqueza muscular que se intensifica com as atividades repetitivas. Portanto, a fraqueza é mais evidente no final do dia. Interessantemente, esta desordem pode preceder o timoma em vários anos ou desenvolver-se após muitos anos. Com o tratamento do timoma esta doença poderá melhorar em alguns casos.
Como o médico faz o diagnóstico?
A partir da queixa do paciente, o médico poderá ou não solicitar uma radiografia do tórax. Com este exame, mais de 90% dos timomas são identificados. O médico poderá solicitar a tomografia computadorizada do tórax para receber mais informações em relação às características da lesão já identificada na radiografia.
Normalmente, o timoma aparecerá nos exames de imagem – radiografia e tomografia computadorizada do tórax – como uma lesão no mediastino antero-superior.
Contudo, o diagnóstico de certeza só será feito quando o cirurgião fizer a retirada do tumor e enviá-lo para exame com o médico patologista que examinará, ao microscópio, a lesão retirada. Isto também é importante para se ter certeza que o tumor foi completamente retirado. Caso contrário, nova conduta médica será necessária.
Além disso, o patologista poderá ver o tipo de célula do tumor e a sua malignidade, analisando se este já invadiu ou não a cápsula da glândula. Estas são informações pertinentes para os médicos definirem pela necessidade ou não de se fazer a radioterapia e/ou quimioterapia no paciente.
Como se trata?
O tratamento, mesmo para os tumores extensos, é cirúrgico. Na maioria dos casos, após a cirurgia, é feita a radioterapia – modalidade de tratamento que utiliza os raios ionizantes sobre a região afetada para o combate da doença.
De maneira geral, é um tumor com bom prognóstico. Ou seja, a porcentagem de cura com o tratamento é elevada e, mesmo quando ocorrem recorrências da doença, estas são potencialmente curáveis. A maioria das recorrências são locais – surgem no mesmo local onde a doença iniciou. Para o tratamento das recorrências, a cirurgia e a radioterapia podem ser utilizadas.
Nos casos de tumores inoperáveis, recorrentes ou metastáticos (doença já espalhada para outros locais), freqüentemente, se obtém boa resposta com a quimioterapia.
Como se previne?
Até o momento, não existe uma maneira de prevenir o surgimento deste tumor.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico
Quais os riscos do tratamento com radioterapia?
Após o tratamento do timoma, por quanto tempo deve ser feito acompanhamento médico?
Há algum tratamento medicamentoso que possa ser utilizado para a miastenia gravis que acompanha o timoma?
O timo pode aumentar de tamanho sem que represente um tumor?
A presença de miastenia gravis associada representa um pior prognóstico?
O fato da doença se estender além da cápsula da glândula significa que a pessoa deverá fazer radioterapia e/ou quimioterapia, além da cirurgia?